segunda-feira, 4 de março de 2013

Não sou mulher. Então por que a luta das mulheres me diz respeito?*




A luta das mulheres é minha luta também porque não viverei em uma sociedade com igualdade de direitos e de condições enquanto mulheres receberem salário menor que o meu para a mesma função e cargo.
Porque elas ainda ocupam poucos cargos de liderança, mesmo quando a média de escolaridade é maior que a dos homens ou que tenham experiência e saber. Desejo que elas tenham direito ao saber e à experiência. Quero que elas tenham tanta voz quanto eu na vida pública e política.
Porque sou filho de uma mulher...
tenho filha(s).
irmã(s).
sobrinha(s).
neta(s).
sou casado com/namoro uma.
tenho colegas mulheres.
tenho amigas.
Porque nem mesmo preciso conhecer uma mulher para saber que elas têm o direito de viver com dignidade, sendo respeitadas em suas escolhas. E que possam ter escolhas.
Porque não suportaria saber que elas sofreram ou sofrerão algum tipo de violência física e psicológica e que tenham poucas oportunidades e direitos assegurados.
Porque sofro por saber que pelo menos dez mulheres morrem todos os dias no Brasil vítimas de violência doméstica. Sei que a cada cinco minutos uma mulher é agredida no país. 70% delas foram agredidas pelos companheiros/ maridos.
Porque amo a liberdade e gostaria que a mulher fosse livre e realmente dona do seu próprio corpo, vontade e prazer. E que me dá prazer saber que ela sente prazer.
Porque eu não serei “aquele cara” que força a barra. Sei que sexo sem consentimento não é sexo, é estupro. Sei que de 12 a 25% das mulheres sofreram ataques ou foram violentadas sexualmente por seus companheiros ou ex-companheiros em alguma ocasião de suas vidas. Sei também que a maior parte da violência contra mulheres é praticada por alguém da família ou de pessoas próximas a elas.
Porque quero que as mulheres tenham direito de ir e vir e que não sintam medo de andar pela rua, de serem abordadas ou de serem xingadas. Quero que elas não sejam culpadas pela violência física ou verbal que sofrerem porque acho que nada justifica um crime desses.
Porque gostaria que as mulheres tivessem direito de escolha e que, mesmo sendo donas de casa ou empregadas domésticas ou o que quer que desejem ser, o trabalho delas fosse valorizado.
Porque acho que o trabalho doméstico e o cuidado e a educação das crianças são trabalhos muito importantes e eu gostaria de compartilhá-los.
É por tudo isso que eu respeito e que me diz respeito a luta das mulheres.

*Com auxílio luxuoso de Róbson Bié, que me sugeriu o uso das pesquisas. O texto só reflete algumas das numerosas questões relacionadas a gênero. Muita coisa ainda poderia aparecer por aqui.

Atitude Feminina: Mulher guerreira

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